Hoje, assistindo as manifestações de um grupo seleto em sessão solene no Congresso Nacional pude perceber como as palavras parecem ter efeito mágico nas causas que infelizmente atingem todas as classes sociais, principalmente a de menor poder aquisitivo.
História antiga... desde os primórdios, a mulher foi tratada como ou pior do que animal de carga. Sem voz, sem direito, sem qualificação, sem o simples poder de decidir ir ou vir. Escrava de figuras ditas fortes, protetoras, detentoras do saber, e com direito de tirar e dar vida.
Muitas conquistas foram adquiridas, preços foram pagos para estarmos onde estamos hoje. Será que realmente conquistamos o que é devido e de direito? Agressões verbais, físicas, silenciosas, ardilosas, camufladas...permanecem soltas na sociedade dita moderna, qualificada...
Usam figuras públicas e até galãs para enviarem mensagens. Outros detentores do poder prometem às vítimas: justiça, proteção, mudança nas leis, casas de apoio, acompanhamento psicológico, etc. Desculpem meu negativismo... Ainda há um longo caminho a ser percorrido.Muitas mulheres permanecem engaioladas, bárbaros dentro e fora de quatro paredes; enquanto isso, sequelas incontáveis permanecerão nas vítimas que não se restringem apenas às mulheres, mas todos que estão à sua volta - pais,irmãos, filhos, vizinhos,etc.
Não sei se já é tempo de aplaudir, reconheço que muitos estão engajados nesta peleja. Mas, quantas vidas serão ceifadas? Quantos filhos presenciarão os brutamontes aniquilando a rainha do lar, o tesouro de seus corações, o motivo de sua canção?
Não sei se cadeia servirá de lição, se leis mais severas minimizarão os estragos... Acredito que
quando as mulheres se sentirem seguras para rejeitarem e delatarem seus detratores, os representantes legais tratarem as vítimas com dignidade, essas mulheres tiverem onde recomeçar sem medo, e antes que a violência seja uma estrada sem volta, ou seja, com a mulher estirada sem vida, os agressores pagando como se o crime tivesse sido consumado, então poderei respirar aliviada e perceberei que outras Marias da Penha não morreram em vão.
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